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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nem deve ser transferido para presídio federal em MS no sábado

Segundo TJ-RJ, ele deve ser levado em avião da Polícia Federal.

Traficantes Coelho e Carré também devem ser transferidos no mesmo voo.

Do G1 RJ
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Nem (Foto: TV Globo)Traficante foi preso quando tentava fugir da Rocinha
(Foto: TV Globo)
O traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, deve ser transferido neste sábado (19) para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (18) pelo Tribunal de Justiça do Rio. O horário de transferência não foi divulgado.

O traficante está preso em Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, junto com os traficantes conhecidos como Carré e Coelho, que também devem ser transferidos para o mesmo local. Os três serão transportados em avião da Polícia Federal.
O pedido de transferência foi feito pelo Tribunal de Justiça do Rio e autorizado pela Justiça Federal. O presidente do TJRJ, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, afirmou que Nem não pode ficar no estado.
Porta-malas
Nem foi preso na madrugada do dia 10 de novembro, na Lagoa, Zona Sul da cidade, quando tentava fugir da Rocinha escondido no porta-malas de um carro Toyota Corolla preto. O veículo em que estava foi abordado por policiais do Batalhão de Choque que faziam uma blitz em um dos acessos à favela. O traficante e os advogados que o acompanhavam foram levados para a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária, onde foram ouvidos.

No carro, os policiais militares do Batalhão de Choque (BPChoque) encontraram, ao todo, 59.900 reais e 50.500 euros em espécie, além de cinco celulares. Somada, a quantia chega a cerca de R$ 180 mil. No dia 9, Carré, Coelho e outros suspeitos foram presos durante uma ação da Polícia Federal na Zona Sul. Entre os presos estavam três civis e dois ex-PMs -, que escoltavam o bando que tentava fugir da Rocinha.
O traficante, um dos mais procurados do Rio, era apontado como o chefe do tráfico da Favela da Rocinha. Três dias após a prisão do traficante, policiais militares, civis e federais, com o apoio de fuzileiros navais, ocuparam as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. Desde então, mais de 70 fuzis, drogas, munição e carregadores foram apreendidos. A região receberá a 19ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Branco ganha até 6 vezes mais que negro em bairro nobre de SP, diz IBGE.

Discrepância entre rendas foi apontada por levantamento do IBGE

Pesquisa faz retrato detalhado de cada um dos 96 distritos da capital.

Do G1 SP

Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) no ano de 2010 mostra que o rendimento médio mensal de uma pessoa que se diz branca chega a ser  até seis vezes maior do que de uma negra nos bairros considerados nobres da capital. Os moradores destes distritos que se declararam negros, inclusive, tinham rendimentos inferiores àqueles que se disseram de cor parda e indígenas. Apenas nos bairros considerados mais carentes da capital, os rendimentos entre brancos e negros se equiparavam.
A pesquisa do IBGE traz um retrato detalhado de cada um dos 96 distritos de São Paulo, com informações sobre a divisão por sexo, idade, alfabetização, cor ou raça, e outras informações, como o número de imigrantes por continente e país, e variação do rendimento médio por raça ou cor ou então o número de mortos conforme o sexo e a faixa etária.
De acordo com o estudo, a capital tinha em 2010 uma população de 11.253.503 pessoas, sendo que a maioria se declarou de cor branca – 6.824.668. Em contrapartida, foram 736.083 negros, 246.244 de cor amarela, 3.433.218 pardos e 12.977 indígenas. Ao menos 313 pessoas não declararam a raça.
O Grajaú, na Zona Sul, é o bairro de São Paulo mais populoso, segundo o IBGE, com 360.787 moradores, sendo que 152.873 se declararam brancos, 31.279 negros, 173.688 pardos, 2.543 amarelos e 341 indígenas; outros 63 não declararam a cor.
Marsilac, também na Zona Sul, por outro lado, é o menos populoso, com apenas 8.258 moradores, sendo 4.095 brancos, 466 negros, 95 amarelos, 3.548 pardos e outros 54 indígenas. O bairro, segundo o estudo, conta com o menor número de imigrantes: apenas nove, sendo quatro japoneses, dois italianos, um alemão, um holandês e um australiano.
 
Discrepância
O levantamento do IBGE evidenciou uma discrepância entre os rendimentos médios mensais de brancos e negros nos bairros nobres da capital. Em Moema, por exemplo, levando-se em consideração as pessoas com 10 anos ou mais com rendimentos, o valor médio ganho por uma pessoa que se declara branca é de R$ 7.636,96. Em média, um negro, no mesmo bairro, tem rendimento de R$ 3.157,35 por mês, abaixo de um pardo, com R$ 7.544,11, de um amarelo, R$ 3.676,57, e até de um indígena (R$ 4.256,43). No bairro, que contava com 797 negros declarados, de um total de 83.368 moradores, o rendimento médio apurado é de R$ 7.384,73, o mais alto da capital.
A diferença é ainda mais gritante no Morumbi, outro bairro nobre, onde o rendimento médio mensal é de R$ 6.959,73 por morador de 10 anos ou mais com vencimentos. Neste perfil, uma pessoa que se diz branca afirma que tem um rendimento médio de R$ 8.329,35. O de um negro, por sua vez, é de R$ 1.388,60, cerca de seis vezes menos. O de um pardo, R$ 5.659,10.
Nos bairros mais carentes, em contrapartida, há uma equiparação entre os rendimentos. Em Marsilac, onde o morador recebe o menor valor médio mensal, de R$ 772,15, uma pessoa que se diz parda tem rendimento de R$ 865,06, acima de uma branca, com R$ 825,06, e de uma negra, R$ 793,82.
Já em Lajeado, na Zona Leste, o rendimento médio mensal é de R$ 861,38. Um branco recebe R$ 914,26, enquanto que um pardo, R$ 901,16, e um negro, R$ 837,21.
 
Renda por cor
Pelo levantamento do IBGE, no bairro de Marsilac, no ano passado, havia um único morador que se declarou branco, com renda acima de 30 salários mínimos, contra 4.821 – destes, 4.546 se disseram brancos e 20, negros – moradores de Moema, na Zona Sul. Em Lajeado, eram apenas três com tal renda, sendo um branco e dois pardos.
No Grajaú, em contrapartida, 123.130 moradores declararam não ter qualquer fonte de renda; 43.551 ganhavam entre meio e um salário mínimo; e outros 90.972, entre um e dois salários mínimos. No Jardim Ângela, outro distrito carente localizado na periferia da Zona Sul, de um total de 244.989 moradores com 10 anos ou mais, 102.735 se declararam sem fonte de renda. Além disso, 35.432 tem rendimento entre meio e um salário mínimo, enquanto outros 74.721, entre um e dois mínimos.
É justamente nos bairros mais carentes que a somatória dos que se dizem negros e pardos supera o número total de brancos, de acordo com o estudo do IBGE. São eles: Anhanguera, Brasilândia, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Tiradentes, Grajaú, Guaianases, Iguatemi, Itaim Paulista, Jardim Ângela, Jardim Helena, Jardim São Luís, Parelheiros, Pedreira, Vila Curuçá e Lajeado.
 
Alfabetização
Em números absolutos, o Grajaú registrou o mais índice de pessoas não alfabetizadas com 10 anos ou mais. Ao todo, foram 15.520 pessoas, sendo que 1.895 se declararam negros e outros 8.080, pardos. No Jardim Ângela, outro bairro carente, foram registradas 13.592 pessoas não alfabetizadas, sendo 1.732 negros e 7.474 pardos.
Bairros cujos moradores apresentaram rendimento médio mensal superior aos 10 salários mínimos, em contrapartida, têm alto índice de pessoas alfabetizadas. No Alto de Pinheiros, na Zona Oeste da capital, por exemplo, de um total de 39.555 pessoas, apenas 229 não se disseram alfabetizadas. Em Moema, proporcionalmente, tal índice é mais alto ainda. Apenas 301 pessoas, sendo 30 negros e 78 pardos, se declararam analfabetas, de um total de 76.401 pesquisados.
 
Mortalidade entre os mais jovens
O índice de mortalidade entre os mais jovens – dos 15 aos 34 anos – também é mais alto nos bairros mais carentes, constatou o levantamento do IBGE. No Grajaú, por exemplo, no período de agosto de 2009 a julho de 2010, houve 168 mortes nesta faixa etária de um total de 1.453. Em Sapopemba, na Zona Leste, no mesmo período, foram 143 de um total de 1.355 falecimentos.
Já no Alto de Pinheiros, de um total de 221 no período citado apenas três delas foram de pessoas na faixa entre os 15 e 34 anos. Em Moema, apenas 4 mortes, de 354 registradas. A Barra Funda, na Zona Oeste, teve apenas dois falecimentos, de um total de 90.
 
Curiosidades
Segundo o IBGE, a Vila Mariana, na Zona Sul, é o bairro com maior número de imigrantes: 1.341 no total, sendo 354 deles norte-americanos. Marsilac tem o menor número: apenas nove.
O bairro da Saúde tem a maior concentração de moradores que se declararam amarelos - 17.706 -, seguido pela Vila Mariana, com 12.666; Jabaquara, 11.335; e Liberdade (11.261).
Parelheiros e Jaraguá têm o maior número de indígenas declarados. O primeiro bairro, de um total de 131.183 moradores, 1.002 eram indígenas. No Jaraguá, de 184.818 moradores, 583 se disseram indígenas.