Alunos retirados da USP precisam de 'aula de democracia', diz Alckmin
Governador criticou depredação de reitoria da instituição.
Mais de 70 estudantes foram detidos pela Polícia Militar.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou na tarde desta
terça-feira (8) que os estudantes retirados do prédio da reitoria da USP
após ocupação precisam de uma “aula de democracia”. Alckmin criticou a
depredação do patrimônio da universidade realizado durante a invasão. Na
madrugada desta terça, a Polícia Militar cumpriu a determinação
judicial de reintegração de posse do prédio da reitoria da USP.
“Alguns estudantes precisam ter aula de democracia, de respeito à
decisão judicial, de respeito ao patrimônio público porque a população
que paga impostos, população que é mais pobre, que mantém a USP, que é
todinha dinheiro público... Não é possível depredar móveis, pichação,
depredar prédio público feito com sacrifício da população desta que é a
melhor universidade da América Latina”, disse Alckmin.
Durante a reintegração, 73 estudantes foram detidos. Eles serão
indiciados por dano ao patrimônio público e desobediência à ordem da
Justiça. Eles também serão responsabilizados por dano ambiental devido
às pichações feitas nas paredes do prédio. Todos deverão passar por
exame de corpo de delito.
Alckmin afirmou que a atitude dos estudantes não é tolerável. "A lei é
para todos. Não é possível estabelecer que alguém esteja à margem da
legislação. Não é tolerável, não é razoável esse tipo de procedimento de
invadir prédio público, depredar prédio público, não cumprir ordem
judicial. No passado, na época do período militar, a PM não ficava na
universidade porque tinha aspecto político da repressão ao pensamento,
da manifestação política. Hoje é totalmente diferente, já passou o
período militar. Nós estamos no processo democrático. A presença da
polícia é para garantir a integridade física e patrimonial de
professores e funcionários, evitar assalto, latrocínio, roubo",
completou o governador.
Ainda segundo Alckmin, desde que a PM começou a patrulhar a Cidade
Universitária, os índices de criminalidade caíram. "Se formos pegar
todos os indicadores, roubo caiu 80%, roubo de automóveis caiu 95%,
lesão corporal, 80%".

Os estudantes também serão investigados pela polícia por formação de
quadrilha. De acordo com Rodrigues, a polícia esteve no prédio da
reitoria e constatou que as câmeras de segurança e portas foram
destruídas e paredes estão pichadas. O edifício foi invadido por alunos
contrários à presença da PM na Cidade Universitária, na capital
paulista, desde o dia 2.
Em vistoria no prédio da reitoria, a PM informou ter encontrado sete
garrafas de coquetel molotov em uma das salas, seis caixas de morteiros e
um galão de gasolina.
A assessoria de imprensa da USP informou que as aulas ocorrem
normalmente nesta manhã e que o balanço do que foi destruído deverá ser
divulgado no final da tarde desta terça. Ainda segundo a universidade,
as atividades no prédio da reitoria deverão ser retomadas na
quarta-feira (9). A USP ainda não definiu se os alunos detidos durante a
reintegração de posse sofrerão alguma punição. Por volta das 12h40,
duas peritas estavam no prédio da reitoria para avaliar os estragos
deixados.
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